sábado, 14 de agosto de 2010

O TEMPO – Pai de todas as curas

Só ele tem o dom de soprar os machucados e beijar feridas. É o único responsável por apagar destroços de uma história mal resolvida, uma mágoa... Ele assopra para longe recordações e nos dá a sensação da distância temporal para pararmos de pensar naquilo que nos machuca e colocarmos no lugar lembranças doces e felizes.

Um belo dia, você acorda e vai lavar o rosto..... olha-se no espelho e, quem está lá? Ele! O tempo transcorrido da sua vida! Sim, depois de assoprar as coisas para que a gente consiga se recuperar, ele volta! Encara você e sorri! Te acha engraçada porque se lembra da sua tentativa, em vão, de fazer com que as coisas simplesmente desaparecessem pra sempre. Te coloca a pensar naquilo tudo que já não te sangra mais e, inevitavelmente, também te transforma num adulto que avalia seu próprio comportamento infantil diante de um problema. E você ri! E lamenta opções não aceitas e resoluções mal tomadas. Pensa que se tivesse pensado nisto ou naquilo com mais “tempo” teria feito diferente...

O sobrenome do Tempo é “Experiência”, é aquela sensação de “já passei por isso”, e nós, como adoloscentes perdidos, somos motivo de risada para ele... nossos impulsos, desesperanças, pessimismos e ilusões, o fazem se sentir como um senhor de 70 anos bem vividos, que já reconhece cada atitude e as suas consequências. Esse “senhor” ajuda os persistentes, os corajosos, os que preferem os calos às soluções práticas, e os presenteia com surpresas esperadas: CONQUISTAS.

Olhar pra tras e ver o que o tempo fez de mim, dos meus problemas e da minha vida só me dá mais esperança de, num futuro próximo, saber lidar com a vida de maneira diferente. Sem pressa para resolver questões tão importantes, sem atropelos e perdas ou aceitações desnecessárias apenas para pular etapas doloridas, sofridas ou para adiantar momentos felizes que sei, hoje eu sei, virão no futuro.

Muita coisa mudou em definitivo nestes últimos 12 meses da minha vida, dia 18 de agosto é a data do “aniversário” destas mudanças pessoais, aniversário do meu “11 de setembro pessoal”, onde muita coisa ruiu. A lembrança deste dia estará para sempre marcada na minha experiência pessoal, no MEU tempo.

O monumento àquele dia tá aqui, dentro de mim, cheio de homenagens que eu mesma faço a mim toda vez que me lembro. Flores, velas, cartas... lágrimas, saudades, muitas saudades de duas torres altas, sólidas, exemplo de poder, de conquista... e de vulnerabilidade!

Monumento de muita verdade mas também de muitas mentiras. Duas torres que pareciam fincadas num solo tão firme e sólido, que vieram abaixo num ataque terrorista. Cairam porque estavam lá, muito expostas, muito hipócritas, acreditando muito que seriam exemplos de alguma coisa, e eram! Exemplo de que nem tudo que parece, é!

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